Cap #2 - A chegada do café ao Brasil e seu papel na economia colonial
As primeiras mudas de café foram trazidas da Guiana Francesa e plantadas no
Pará, por volta de 1730. Porém, o cafeeiro não conseguiu se fixar na região
amazônica, devido às condições naturais não favoráveis. Tampouco teve sucesso
no Nordeste. Chegou ao Rio de Janeiro aproximadamente em 1760, espalhando-se pela região e transformando a província de Vassouras na capital do café brasileiro, no começo do séc. XIX. Até 1860, a produção de café do Rio de Janeiro era líder no país, atingindo 78,5% da produção total. São Paulo ficou em segundo lugar com 12,1%.
A partir de 1880, a situação econômica do café do Vale do Paraíba começa a ficar
ruim, devido à pouca utilização de novas técnicas na produção, ao processo
abolicionista, crise de superprodução em 1897 e à política deflacionista de 1898 a 1902.
O café encontrou uma série de limitações de terra, tanto para a sua expansão, como para o rendimento econômico. A erosão e a exaustão diminuíram ainda mais a oferta de terras, provocando deslocamentos para o Oeste Paulista. Em relação à questão do uso de trabalho compulsório, a proibição do tráfico negreiro encareceu e dificultou a aquisição de escravos.
Com a elevação do preço da mão-de-obra, o café tendeu à especialização,
reduzindo os cultivos alimentares e aumentando os gastos com a compra de meios de subsistência para a força de trabalho. No Oeste Paulista, o café encontrou amplas extensões de terra, boas condições climáticas, fertilidade e topografia favoráveis.
As técnicas aplicadas eram mais eficientes que em outras regiões e pôde-se
arranjar melhor os escravos dentro dos cafezais. Porém, em 1880, o trabalho
escravo entra em crise, abrindo espaço para a transição ao trabalho livre.
Introdução histórica da cafeicultura brasileira Após a Independência do Brasil, a
base da economia nacional passou a ser o café. O cultivo e a expansão do produto no país atravessaram algumas fases históricas bem definidas.
A primeira teve base no trabalho compulsório e como principal cenário o Vale do Paraíba. De 1860 ao início de 1880 a produção desta região atingiu seus níveis de opulência. Porém, no decorrer dos anos 80, o vale entra em decadência.
A próxima fase da expansão cafeeira ocorreu no Oeste Paulista. A produção que se desenvolveu no local deu-se de forma distinta: ao invés do trabalho escravo,
utilizou-se o trabalhador livre (imigrantes); em vez dos barões, coronéis do Partido Republicano Paulista; e houve a implantação das estradas de ferro. Tal fase, base da República Velha, durou até o final da década de 20.
A terceira fase, desenvolvida no extremo oeste paulista e no norte do Paraná, é
caracterizada pela existência de pequenas propriedades e a cooperativa.
A última fase iniciou-se em 1973, com o deslocamento dos cafezais para o Cerrado Mineiro. Há uma forte renovação da cafeicultura nacional, com utilização intensiva de tecnologia na produção. Assim como na fase anterior, os produtores mineiros possuem propriedades de pequenas dimensões.
Referências bibliográficas:
https://www.eco.unicamp.br/images/arquivos/artigos/882/formacao3-2.pd