#15 Mundo Novo

Produtividade e Vigor Made in Brazil.

A variedade Mundo Novo é um verdadeiro ícone da cafeicultura brasileira, representando um marco no desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições nacionais e focadas em alta produtividade. Sua origem é fascinante: acredita-se que tenha surgido de um cruzamento natural espontâneo entre as variedades Sumatra (um tipo de Typica) e Bourbon Vermelho, ocorrido por volta de 1943 no município de Mineiros do Tietê, em São Paulo.11 Selecionada e desenvolvida posteriormente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Mundo Novo rapidamente se espalhou e se tornou uma das variedades mais plantadas no Brasil.11

O sucesso da Mundo Novo deve-se a um conjunto de características agronômicas altamente desejáveis para a produção em larga escala.15 Seu principal atributo é a alta produtividade, consistentemente superior à do Bourbon, por exemplo.15 Além disso, apresenta alto vigor vegetativo, o que significa que a planta cresce forte e saudável, e boa longevidade, permanecendo produtiva por muitos anos.11 Seu porte é alto 15, o que pode ser uma desvantagem para a colheita manual, mas sua estrutura permite boa penetração de luz e aeração.

Outra característica importante é sua alta capacidade de brotação secundária, o que a torna muito responsiva a podas.11 As podas são práticas de manejo essenciais para renovar a lavoura e manter a produtividade ao longo do tempo, e a boa resposta da Mundo Novo a essas intervenções contribui para sua sustentabilidade econômica. Seu sistema radicular também é considerado bom, conferindo-lhe certa resistência a períodos de seca.11

Em relação à qualidade da bebida, a Mundo Novo é geralmente classificada como "regular" ou "boa", não atingindo a complexidade e a nobreza do Bourbon.15 No entanto, sua qualidade é considerada adequada para o mercado de commodities e para a composição de blends, atendendo bem à demanda por cafés com bom corpo e sabor equilibrado, embora sem os atributos excepcionais das variedades de especialidade.

Assim como o Bourbon, a Mundo Novo também apresenta alta suscetibilidade à ferrugem 15, exigindo monitoramento e controle dessa doença. Seu ciclo de maturação varia de médio a precoce 11, situando-se entre o Bourbon (super precoce) e o Catuaí (tardio), o que também auxilia no planejamento da colheita em fazendas que cultivam múltiplas variedades.

A Mundo Novo foi, e em muitas regiões ainda é, a espinha dorsal da cafeicultura brasileira. Sua combinação de alta produtividade, vigor e adaptabilidade foi fundamental para a expansão e modernização das lavouras no país, garantindo o abastecimento do mercado interno e a manutenção da liderança brasileira nas exportações. Embora novas variedades tenham sido desenvolvidas posteriormente, a Mundo Novo deixou um legado indelével na história do café brasileiro.